FUNDAMENTOS PARA UM NOVO PROJETO DE EDUCAÇÃO PARA O BRASIL

FUNDAMENTOS PARA UM NOVO PROJETO  DE  EDUCAÇÃO PARA O BRASIL

ROBERTO ROMANELLI MAIA
ESCRITOR, JORNALISTA E POETA

Reconhecer que o atual sistema educacional brasileiro deixa a desejar em muitos sentidos não basta porque essa é uma constatação óbvia que pode ser comprovada pelos péssimos índices, números e estatísticas expostos e revelados por todas as pesquisas e pelos estudos e estatísticas que são apresentados para conhecimento e ciência de todos os educadores nos últimos anos.

A missão maior dos que de fato desejam e buscam criar alternativas e soluções para a melhoria do ensino em nosso país não é tão simples, mas existem soluções objetivas e concretas mais eficientes que estão voltadas e inseridas dentro de um contexto voltado para um novo modelo de SISTEMA EDUCACIONAL em nosso país,  

E não se pode esquecer, quando se fala em valores e em comportamentos sociais, dentro de um contexto que de fato valorize a Educação como uma prioridade de fato, que deve sempre vir à mente a questão sobre o que é natural, fazendo parte da essência humana e o que é social, ou seja, depende de nossa vivência e do processo de socialização que inclui a integração e a interação do homem no meio ambiente em que vive.

Nesse sentido, não há como deixar de reconhecer que a grande virada científica darwiniana foi, sem dúvida, a prova de que a ciência poderia compreender e intervir no comportamento humano o que aparentemente não se julgava possível até o surgimento de Darwin.

De fato na época em que Charles Darwin deu a conhecer as engrenagens da natureza, os fenômenos biológicos próprios à espécie humana ingressaram na ordem do saber e do poder, alimentando as tecnologias que procuravam controlá-los e modificá-los.

Dentro desse quadro um dos grandes desafios educacionais em nossos dias é o de desenvolver um SISTEMA EDUCACIONAL que estenda as possibilidades de construção de conhecimentos relevantes para a vida em uma nova sociedade mergulhada em tecnologias que alteraram significativamente as formas tradicionais de comunicação. E que se mostram abertas a diversas possibilidades de usos pedagógicos, além de facilitarem e de propiciarem o acesso à informação.

Mas para que este acesso seja feito de forma reflexiva e autônoma, é fundamental que um novo SISTEMA EDUCACIONAL seja criado e implantado com as nossas escolas contando com professores capazes de selecionar procedimentos e conteúdos, sem o receio de acompanhar a evolução destas tecnologias, para desempenhar um papel diferenciado numa escola atualizada, que opte e siga os padrões mais modernos, com o objetivo principal de torná-la de fato interativa. 

Em uma sociedade marcada por uma aceleração desenvolvimentista baseada na troca de informações, no fluxo de pessoas e do comércio, dentre tantas outras características, este novo SISTEMA EDUCACIONAL deve levar em conta a evolução do mundo, das fronteiras, das tecnologias e dos estilos de vida, incorporando num modelo realista, que seja de certa forma simples, tudo isso e todas as mudanças da sociedade humana em seus enfoques sociológico, filósofico, pedagógico, psicológico, antropológico, econômico, etc.
E esse novo SISTEMA EDUCACIONAL vai certamente requerer uma flexibilidade e uma criatividade que aproveite as características fundamentais dos seres humanos nos aspectos considerados essenciais ao indivíduo que dele participará e será o seu usuário.
A missão de proporcionar um ambiente favorável dentro do novo SISTEMA que torne possível o desenvolvimento de tais características, além do diálogo, da reflexão e da descoberta, destinada em geral à escola, não deve necessariamente ser encarada como algo impossível de se realizar, mas como uma possibilidade real e prioritária onde se possa trabalhar o desenvolvimento da inteligência como capacidade multiforme de adaptação às diferenças e às mudanças.
Sim, como negar que as mudanças de um mundo em constante avanço tecnológico exigem, cada vez mais, que os professores se tornem profissionais capazes de lidar com os inúmeros desafios suscitados por um tipo de escolarização de massa em todos os níveis de ensino.
E que este profissional da educação na atualidade lide diretamente com antigas tensões e problemas dentro do ambiente escolar, ao mesmo tempo que, à sua volta relevantes mudanças acontecem em um mundo onde a informação é cada vez de mais fácil acesso.
Qualquer novo SISTEMA EDUCACIONAL para o nosso país deve levar em conta que vivemos em um mundo globalizado, onde as barreiras físicas das escolas, das bibliotecas e de qualquer outro prédio que abrigue formalmente o conhecimento e o saber, caem, de forma a ultrapassar os limites, para quem se dispuser a coletar o conhecimento acumulado pelo ser humano, nas mais diversas áreas.
Hoje, o espaço onde é fácil encontrar toda essa gama de informação vem sendo chamado por alguns autores de ciberespaço.
Mas não podemos esquecer, no meio dessa parafernália tecnológica, e hoje o fazemos indevidamente,  de perguntarmos antropologicamente, quem somos nós? Qual é nossa essência? E se, de fato, caminhamos para uma possibilidade real e efetiva de entender e de controlar o comportamento humano? E se esse controle progressivo não está já acontecendo, lenta e gradualmente, sem a aceitação nem a constatação da maioria?

Claro que a antropologia cultural tenta já há muito tempo reconhecer e demonstrar a importância da transmissão de conhecimentos para a evolução da espécie humana registrando que por meio dela se sabe que a educação, no sentido de transmissão de conhecimentos e da sociabilidade, nasceu com a humanidade, ou até mesmo antes dela.

A sociabilidade, que se contatou durante toda a história humana, é relativamente rara na evolução e embora muitas espécies se agreguem em grupos de indivíduos, suas interações não são necessariamente sociais em qualquer sentido significativo que se dê a esse termo.

E certas "verdades" como aquela que apregoa que a maioria das espécies sociais vivem em grupos podem até ser verdades, mas não são uma verdade que todos os grupos sejam realmente sociais.

Mas se a sociabilidade não é um traço unicamente humano, a transmissão de conhecimento é.

Por isso quando se fala no ser humano deve-se relevar a importância histórica da transmissão do conhecimento e da educação dos membros de um determinado grupo.

Porque diferentemente das outras espécies os humanos têm necessidade de educar, de encontrar meios pedagógicos de transmitir conhecimentos e de socializar os indivíduos.

Se viver numa sociedade, com grande número de indivíduos e com uma organização complexa, é uma característica humana, transmitir conhecimentos, valores e símbolos por meio de processos educacionais também o é.

Inegável é o fato que o homem tem uma dependência muito grande em relação aos símbolos e aos sistemas simbólicos a ponto de serem eles decisivos para a sua viabilidade e existência como criatura e indivíduo.

Sim, a criação de sistemas simbólicos é específica do ser humano e tem como objetivo principal criar uma ordem nas coisas que afaste o medo inato do caos e do desconhecido.

E não se pode negar que inevitavelmente a transmissão desses símbolos se dá por um processo de educação que fornece a todos os membros da comunidade os valores que nortearão sua vida.

Hoje, esta facilidade ao acesso e a produção da informação, é uma das características mais dominantes neste novo mundo. Que interfere diretamente na necessidade de uma análise sobre o papel do SISTEMA EDUCACIONAL, da escola, do currículo a ser trabalhado neste ambiente, e do profissional que irá atuar nesta escola.

De fato ao acompanharmos a escola tão precária e deficiente que temos hoje, no Brasil e em muitos outros países de nosso planeta Terra, percebemos a existência clara de um descompasso entre o ritmo da evolução tecnológica e o da evolução de nossos processos educacionais.

É possível perceber que a escola de hoje está ultrapassada e implementa mudanças de uma forma lenta. Não é uma instituição que efetive no real e no concreto as mudanças necessárias e o exemplo mais claro de tal ineficiência é o modelo de pedagogia da transmissão do conhecimento e do ensino que ainda vigora e que, claramente, agoniza diante de todos nós.

Sim, a sala de aula está cada vez mais sem atrativos com os alunos cada vez mais desinteressados pelo modelo clássico de ensino que eles recebem. Modelo que é baseado na simples transmissão de "conhecimentos e de saberes". E por definição reconhecer que assim se comporta a escola e os professores de hoje traduz e revela a obsolescência do modelo tradicional de ensino escolar que só tende a se agravar com o advento da  cibercultura.

Sem dúvida para que se crie e para que se implante com sucesso um novo modelo de SISTEMA EDUCACIONAL para o nosso país  é fundamental que todos envolvidos nesse processo reflitam sobre duas questões, combinando ambas no contexto da utilização crescente das novas tecnologias digitais: a elaboração e uma nova reconfiguração dos currículos escolares e da formação e atualização do professor.

Porque ter professores realmente capazes e bem treinados, aptos a selecionar procedimentos e conteúdos, atentos às transformações de uma sociedade que se altera em uma velocidade espantosa, é a base do sucesso desse NOVO SISTEMA EDUCACIONAL que deve ser urgentemente pesnado, criado e implantado.

E um NOVO SISTEMA EDUCACIONAL  dependerá de  professores que entendam o ser humano como pertencente a única espécie que é capaz de criar símbolos, valores, princípos e crenças para transmiti-los às gerações futuras.

Com todos os envolvidos no processo cientes que não é possível ao ser humano sobreviver sem esse processo de transmissão de conhecimentos de geração para geração.

Essa vocação ancestral para ensinar é essencial e condição sine qua non para que se potencialize a  vocação no ser humano de compartilhar com todos o que já sabe, ensinando os recém-chegados ao grupo o que devem conhecer para se tornarem socialmente aptos e válidos. 

Sim, os homens, diferentemente dos animais, têm potencial à humanização, que só existe como possibilidade que se revele socialmente por intermédio do aprendizado e da transmissão de certos valores e princípios fundamentais da civilidade.

No projeto de uma nova escola para o nosso país, democrática e inclusiva, além de precisarmos de flexíveis currículos, e de ambientes propícios à interação e integração, é imprescindível a previsão de investimentos na capacitação de professores para o domínio técnico e crítico de novos projetos educacionais que proporcionem não apenas bons índices estatísticos, mas que resultem de fato em aprendizagens relevantes para o seu corpo docente e discente.

Em especial, destacamos a área de matemática e do português, que deve ser nosso principal foco de atenção, porque elas apresentam uma longa história de fracassos que podem ser interpretados como a necessidade urgente de capacitar o professor a buscar e a mobilizar novos meios de promover a relação de seus alunos com os saberes matemáticos e lingüísticos.

Sim, estamos diante de um duplo desafio da escola atual: de um lado garantir a formação conceitual em certas ciências e matérias historicamente produzidas e, de outro, contemplar a abertura à cultura dos jovens que a freqüentam.

Capacitação esta que, além de ser de qualidade, deve ser feita nos cursos de formação de professores e ter continudade também após a conclusão formal do curso.
E para que essa capacitação de fato exista não se pode prescindir de um treinamento técnico intensivo dos professores para o uso das novas formas de comunicação, que tenham uma formação pedagógica crítica e propositiva para o desenvolvimento de projetos educacionais de acordo com novos paradigmas e com as novas teorias educacionais. 
É fundamental  ter-se uma nova mentalidade e um novo olhar sobre a Educação dentro da nova realidade tecnológica que vivemos.
A nova mentalidade exigida para se fazer educação de qualidade na nova sociedade da informação que existe na atualidade exige mudanças na estrutura e no funcionamento das escolas. Mudanças que vão muito além dos atuais ambientes e dos espaços e dos tempos de ensino-aprendizagem e que se vinculam numa linha filosófica, com o projeto de humanização que se quer desenvolver em nosso país no projeto pedagógico deste novo sistema escolar que for implantado.
A simples análise sobre a história da instituição escolar ao longo dos tempos gera a percepção de que não devemos esperar o milagre de uma mudança rápida, que ao mesmo tempo seja ampla e indolor, quando se trata de transformar os componentes e atores envolvidos na educação. Afinal atualizar critérios, conteúdos e formas de atuação, não é uma missão simples dentro da realidade educacional que existe na atualidade no Brasil, onde existe uma orquestração, política, técnica e governamental, dirigida a manutenção de estruturas pedagógicas, falidas e ultrapassadas, presas a velhos e ineficientes currículos e a relações de poder que devem ser alteradas e substituidas.
O desafio consiste, então, no fato de que justamente em momentos de uma acentuada, generalizada e visível crise escolar, como a que vivenciamos em nossos dias, possamos fugir dessa paralisia pedagógica,  que leva o profissional da educação, e em especial o professor, a enveredar-se por caminhos de puro lamento e saudosismo de uma época de ouro da escola, época esta que talvez nunca tenha concretamente existido.
Caberá a este profissional construir uma nova concepção educacional não teórica apta a desenvolver currículos que se apresentem como territórios a serem explorados, sem abrir mão dos indispensáveis conteúdos previamente selecionados, tendo por base os valores que tais conteúdos podem de fato agregar às novas gerações de estudantes.
Mas, por outro lado, quando analisamos a necessidade da formação continuada destes profissionais, podemos afirmar que não é possível impor aos professores a continuidade da autoformação, sem lhes dar a remuneração, o tempo e as tecnologias necessárias para sua realização. 
A tarefa de reformar ou de melhorar a educação no Brasil tem exigido decisões fundamentais e criativas que devem passar por mudanças efetivas e radicais no atual sistema educacional brasileiro e isso infelizmente acontece muito lentamente.
Dentre as decisões necessárias, estão aquelas de dar ênfase ao computador conectado à internet, que torna-se a cada dia mais fundamental, uma vez que os alunos já são "exploradores" no cotidiano das inúmeras possibilidades disponibilizadas pelas novas tecnologias digitais e tudo o que elas representam em termos potenciais para a produção e a veiculação de conhecimento, bem como de outras facilidades relacionadas à vida e ao trabalho.
Assim, de alguma maneira temos que ter uma consciência prática e objetiva que somos condicionados e manipulados, pois o que é próprio do homem não é simplesmente o aprender, uma vez que todos os animais aprendem, mas um aprender com os outros.

Trata-se, sem dúvida, de uma forma de condicionamento, que no entanto não acaba com nenhuma antiga liberdade que poderia ser considerada como natural e original, mas que possibilita justamente a eclosão eficaz do que humanamente chamamos de uma verdadeira liberdade.

Registre-se que a pior das educações potencializa a humanidade do indivíduo com e através de seu condicionamento, ao passo que um ilusório limbo selvagem incondicionado não faria mais que bloqueá-lo indefinidamente.

Esta certeza  parte de um ponto fundamental que é a transmissão de valores e de saberes dentro do grupo que forma a subjetividade. Ou seja, naturalmente ela não existe, porque ela é apenas uma “série de disposições genéricas, fruto do acaso biológico".

E, como seres condicionados e manipulados, visto que não há a ocorrência prévia de personalidade própria, é a educação que forja nossa identidade e a nossa subjetividade individual e social.

Essa peculiaridade humana de formação e humanização pela transmissão de conhecimentos é fruto da constatação de que a sucessão de revoluções tecnológicas na história só poderia ter ocorrido por um processo cumulativo de conhecimento e do surgimento de novas tecnologias.

A interação entre esses esforços de controle da natureza e de coordenação das relações humanas e a cultura entendida como o patrimônio simbólico dos modos padronizados de pensar e de saber que se manifesta, materialmente, nos artefatos e bens, se dá expressamente através da conduta social e, ideologicamente, pela comunicação simbólica e pela formulação da experiência social em corpos de saber, de crenças, de princípios e de valores.

No tema da formação da subjetividade há uma corrente antropológica que enfatiza o jogo como forma ancestral de transmissão dos saberes acumulados. Para essa vertente existe historicamente algo mais nas atividades lúdicas do que simplesmente a diversão. Ou seja, deve haver uma finalidade biológica na atividade do jogo que cumpre historicamente uma função social.

Ao tratar o problema do jogo diretamente como função da cultura, e não tal como aparece na vida animal ou da criança, estamos iniciando a partir do momento em que as abordagens da biologia e da psicologia chegam a seu termo.

Encontramos o jogo na cultura, como um elemento existente antes da própria cultura, acompanhando-a e marcando-a, desde as mais distantes origens até a fase da civilização em que agora nos encontramos.

Percebe-se assim a importância cultural do jogo como forma de socialização e de explicação da realidade.

A sua permanência na história é o mais forte indício de sua importância e necessidade humana. Por essa afirmação, confirma-se a tese de que o ser humano é mais do que faber é também luden.

Que mesmo tendo uma dimensão de evasão da vida real e de algo desinteressado, o "jogo" é um acompanhamento ou prosseguimento de nossa vida cotidiana, porque todas as instituições humanas (a política, o direito e a religião) são estruturadas a partir do lúdico.

E como função social, esse "jogo" ornamenta a vida, ampliando-a, e nessa medida torna-se uma necessidade tanto para o indivíduo, como função vital, quanto para a sociedade.

Se a educação, que pode se dar até mesmo pelo "jogo" e pelo lado lúdico, é fundamental para a formação de nossa subjetividade, ela somente terá possibilidade de surgir, como configuração formal, a partir de uma nova concepção de ensino. 

A formação de nossa consciência social e o autocontrole, que é seu produto, como efeito de uma determinada forma de educação, surge no ocidente
num contexto histórico claro e definido. 

E essa relação entre autocontrole e centralização política está presente em nossa vida em tudo que nos acontece e em tudo que fazemos.

De fato este autocontrole surge através de algumas condições históricas que podem ser chamadas de “geradoras do processo civilizador". E elas são: a centralização do poder, o Estado Moderno e uma clara e definida codificação do "comportamento humano" através de regras comuns compartilhadas e aceitas, pelas pessoas, de forma consciente ou não, e pela opção voluntária dos indivíduos que leva a uma adesão à chamada "ordem civilizada". 

A constituição da consciência e do autocontrole individual leva a sociedade a se transformar para ao longo de seu desenvolvimento, modificar a sua força de coação externa numa clara auto-coação.

Assim, a formação do Estado, desde a Idade Média está relacionada com a formação dos chamados níveis de consciência e de um certo autocontrole individual.

Dessa forma, a regulamentação do Estado criaria e desenvolveria algumas regras internas presentes na formação da subjetividade.

Homo faber – é o ser humano que trabalha
Homo Ludens – é o ser humano que se diverte

Há, portanto, um movimento inerente a uma nova educação que parte rumo ao autocontrole e que é denominado de “processo civilizador”.

Esse processo impõe aos indivíduos o aumento das atividades, desencadeando uma maior dependência social e tornando a rede de relações sociais mais complexas. 

Vê-se, portanto, a importância antropológica, em uma nova concepção da educação para o Brasil, da transmissão dos saberes e da cultura. Seja através da escola, do mito, dos jogos ou das horas de uma conversa informal perto do fogo, a transmissão dos conhecimentos acumulados é o que nos torna mais plenamente humanos e nos define.

E os estudos antropológicos mais recentes deixam claro que se a educação pode nos tornar humanos tem, intrínseca e implicitamente, a capacidade  de nos manipular e controlar.

Se a humanidade é uma construção social, que se efetiva pela educação, dominá-la significa controlar o poder. Assim, por um lado a educação é indispensável como função social e fator de humanização, mas por outro pode servir de instrumento de manipulação social. E é essa nova dimensão instrumental da educação que a separa da sua suposta neutralidade.

Assim, se a educação é indispensável à humanização e faz parte integrante da história da humanidade, não se pode deixar de compreender sua capacidade de forjar a subjetividade e o autocontrole que são peças importantes no processo de criação e de implantação de uma nova filosofia e pedagogia educacional em nosso país.

Necessitamos, de fato, de uma postura filosófica e pedagógica que integre a esse novo Sistema Educacional certos padrões éticos, valores e princípios que possam de fato capacitar todos dentro do processo a serem aptos a desempenhar cada um seu papel com um objetivo claro de melhor cumprir a missão de educar.

Contato de ROBERTO ROMANELLI MAIA: romanelli@mandic.com.br 
 

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