Sinais da Dislexia - Os professores que vão identificar as dificuldades das crianças


Os professores que vão identificar as dificuldades das crianças

É comum, antes do diagnóstico, as crianças com dislexia sofrerem preconceitos por causa de suas dificuldades. Este preconceito poderá vir dos pais, colegas de classe e até de professores. "Muitos professores nem sequer acreditam que exista um transtorno chamado dislexia, muito menos que aquele aluno com dificuldades seja disléxico", explica a fonoaudióloga e psicopedagoga Maria Angela Nico, da Associação Brasileira de Dislexia (ABD).




Valdiléia Silva lembra que famosos como Tom Cruise e Walt Disney enfrentaram a dislexia



Quando falta informação, as crianças são tachadas de preguiçosas, desatentas, desanimadas e, em casos mais graves, até de burras. Por isso a importância da capacitação do professor. "Os professores precisam saber da existência do distúrbio e sobre as principais características para que possam identificar as crianças com dificuldades e conversar com os pais, para que elas sejam encaminhadas para avaliação", diz a psicóloga Maria Inez Ocanã De Luca, também da ABD.

De acordo com a psicóloga, quando o diagnóstico não é feito no início do processo de alfabetização, pode acontecer de a criança desenvolver sintomas relacionados à ansiedade e depressão, principalmente se não houver apoio da família e da escola. "Em casos em que a criança sofre humilhação por conta desta dificuldade, pode ainda acontecer o contato com drogas e criminalidade como uma medida desesperada e nada efetiva de se auto-afirmar e provar que é inteligente e útil" explica.

A dislexia não é uma doença, mas uma disfunção neurológica - ou transtorno -, de origem genética e hereditária, que leva à dificuldade na decodificação da leitura e, consequentemente, dificuldades para a escrita e compreensão de textos. Durante a gestação, as células que formarão o cérebro migram do centro para fora, de baixo para cima, até chegarem aos locais pré-programados geneticamente. Na dislexia, algumas células não chegam onde deveriam, o que gera estas dificuldades ou alterações de processamento.

E, apesar de a criança nascer disléxica, para se realizar o diagnóstico é necessário que ela tenha passado por, pelo menos, dois anos de escolarização. Só desta forma é possível identificar a principal característica da dislexia, que é o desenvolvimento, em geral, mais lento do que o das outras crianças.

Um professor bem treinado poderá reconhecer estes sinais já na pré-escola. Porém, quando a escola não está preparada ou o grau de dislexia na criança é mais leve, esta identificação pode ficar imperceptível aos professores até o ensino médio, por exemplo. "Neste patamar são introduzidas matérias novas e o conteúdo é bem mais extenso, e aí a dificuldade passar a ser observável com mais nitidez", explica Maria Inez.


Evolução - Maria Angela explica que a dislexia é também chamada de dislexia de evolução, pois as características mudam de acordo com a época da vida de um aluno. No começo, há um atraso na fala e no andar. Em seguida, dificuldades em se fazer a relação letra e som, na alfabetização, leitura, compreensão de textos e em se aprender uma segunda língua.

No ensino médio, as matérias de química e física apresentam um código novo para este aluno, e a dificuldade deve se voltar a isso. Em uma universidade, os textos se tornam mais específicos e difíceis de serem compreendidos.


Equipe bem preparada pode reconhecer os primeiros indícios

O fato de a equipe pedagógica estar bem orientada e preparada para lidar com a dislexia é um diferencial para o desenvolvimento de crianças e adolescentes disléxicos no ambiente escolar. A dislexia é uma disfunção neurológica, que deve ser diagnosticada o quando antes. Dessa forma, é possível que a criança acompanhe o ritmo da turma, sem nenhum prejuízo quanto ao rendimento escolar.

A pedagoga Valdiléia Carvalho Silva afirma que a escola deve criar estratégias, como realizar sempre palestras que englobem pais, alunos e professores. "É uma saída para que o aluno disléxico não se sinta excluído. As palestras servem para que as pessoas tenham conhecimento da disfunção e para que eles se sintam bem, façam amigos e sintam prazer em estar naquele lugar", explicou.

Segundo ela, ao perceber que o aluno apresenta as características da dislexia, a escola deve chamar os pais e encaminhá-lo para um médico, que deve avaliar o grau da disfunção. "Quando não há essa percepção da escola, este aluno pode ser tachado de preguiçoso, prejudicando seriamente o desempenho escolar. A aula perde o significado, ocasionando em falta de interesse, mau comportamento e até em casos de repetição de ano", disse.

Valdiléia Carvalho também destacou que a dislexia não está relacionada com a inteligência, mas sim à um processo cognitivo mais lento em relação aos outros. "Há uma dificuldade com a leitura e a escrita. O disléxico deve receber uma atenção maior, ter mais tempo para a realização das provas, além de ter a orientação de uma psicopedagoga durante as avaliações. Nada impede que ele tenha uma vida escolar diferente dos outros estudantes. Exemplo disso são disléxicos famosos, como o ator Tom Cruise e fundador dos estúdios Disney, Walt Disney", comentou.

Fonte: Amazônia

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