Você professor, também é contra a aprovação automática?
Eu sou! Acho que o sistema de ensino deve ser mudado urgentemente, modelos educacionais atualizados e professores lutando mais pelos seus direitos! Não adianta o ECA dar todos os direitos apenas aos alunos, os professores também precisam...mas também devem exercer sua profissão com carinho e amor, ajudando os alunos a serem profissionais no futuro.
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Educadores criticam a aprovação automática
Em Nova Iguaçu, as professoras Eliane Martins, membro do Conselho Escolar, e Flávia Valéria conversam sobre as falhas no processo de alfabetização. Foto de Angelo Antonio Duarte - Agência O Globo
RIO - A sala de aula fica em uma escola da rede pública municipal de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Dos 38 alunos do 4º ano, dez não deverão passar de ano. O processo de alfabetização falhou para eles, que não conseguem ler um texto completo, têm dificuldades para entender frases e somente soletram palavras isoladas. A deficiência na alfabetização é ainda pior para um dos estudantes do grupo. Ele cursa pela terceira vez a série e não consegue ler palavras soltas.
Professora há 20 anos na rede pública de Nova Iguaçu, Mônica Fraga, 40 anos, aponta o que, para ela, são as causas das deficiências dos dez alunos.
- Até o terceiro é aprovação automática. Há falta de interesse dos pais em relação aos filhos, não há cobrança efetiva para que estudem, façam os deveres de casa. E o aluno, ao ver que não há qualquer avaliação, relaxa - critica a professora, graduada em Letras e contrária à aprovação automática.
Quando chegam ao terceiro ano, os alunos da rede municipal de Nova Iguaçu podem repetir uma vez. Depois, são aprovados automaticamente. No quarto ano há provas.
- Os problemas de alfabetização se acumulam e, quando o aluno chega ao quarto ano, ele fica retido - diz Mônica.
Também professora do quarto ano em Nova Iguaçu e colega de escola de Mônica, Flávia Valéria Gomes Campos, 37 anos, há 15 no magistério, optou, com a autorização da escola, por dar aulas de reforço. De acordo com Flávia, dos 42 alunos de sua turma, 22 apresentavam falhas na alfabetização - alguns vieram de escolas de outras cidades. Com as aulas extras, 17 apresentaram melhoras no aprendizado e somente cinco correm o risco de serem reprovados.
Além de integrar a rede de ensino de Nova Iguaçu, Flávia ainda dá aulas na rede pública de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, onde não há aprovação automática. Segundo a professora, a cobrança feita pelas avaliações levam os alunos que chegam ao segundo ano a ler e compreender os textos corretamente, o que não tem acontecido com nas classes do quarto ano de Nova Iguaçu. No entanto, Flávia chama a atenção para outro problema: sem horário integral, os alunos em Petrópolis têm dificuldade de aprendizagem de conteúdo em parte das matérias. Na escola da Baixada os alunos possuem a opção do horário integral.
Membro do Conselho Escolar de Nova Iguaçu, a professora Eliane Martins, 52 anos, vai além nas criticas ao sistema educacional brasileiro:
- Enquanto não houver a cultura de que o crescimento do país só vem com a Educação, os problemas existirão. O sistema leva à ociosidade.
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